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Uma história de superação: o FLIGHT DECK está transformando a cultura da GE Aerospace - Celma

August 05, 2025 | by Chris Norris

“É um sistema em constante transformação”, diz Maximiliano Aguiar, gerente sênior do FLIGHT DECK na GE Celma, oficina de reparo e revisão de motores aeronáuticos da GE Aerospace no Brasil, onde seu modelo operacional proprietário de Lean, o FLIGHT DECK, está ajudando alavancar a eficiência operacional e eliminar desperdícios. “Usamos o FLIGHT DECK para diagnosticar como estão funcionando os nossos processos operacionais e áreas de suporte e para revelar como nós podemos melhorá-los”, acrescenta Aguiar. “Então, enquanto ele nos ajuda a desenvolver e construir processos mais eficazes, ele também nos dá as ferramentas certas para gerenciá-los e melhorá-los com o passar do tempo.”

A GE Celma adotou relativamente cedo os princípios Lean, trazendo alguns dos conceitos para as oficinas em 2000 – e por um bom motivo. Cerca de 30 companhias aéreas de todo o mundo dependem dos funcionários da Celma para a manutenção dos motores CFM56*, LEAP* e outros para operarem em segurança e terem de volta seus motores revisados no menor prazo de entrega (turnaround time, ou TAT, na sigla em inglês) possível. Como parte da jornada da empresa para garantir a melhoria contínua, a equipe está usando o FLIGHT DECK para fazer várias melhorias: redução de 23% no TAT no banco de provas do LEAP desde Agosto de 2024, uma diminuição de 32% no TAT da seção frontal do motor (fan cell), passando de 68 dias em 2023 para 46 dias – e também uma redução de 58% no TAT do reparo das pás das turbinas de baixa pressão (LPT blade, na sigla em inglês). 

“O reparo da LPT blade foi uma melhora imensa”, diz Max Aguiar, que atribui esta evolução ao FLIGHT DECK e à introdução de um sistema “single-piece flow”, ou fluxo contínuo, na célula da oficina da Celma. Naquele momento, a equipe estava trabalhando com um grande volume de peças em processamento ou em “WIP” (Work in Process): com mais de 24 mil peças – ao invés de um WIP padrão de 19 mil peças – que aumentavam o tempo total requerido para a conclusão do processo (lead time, no jargão Lean). “Uma célula modelo aplica-se ferramentas, conceitos e cultura Lean de maneira sistêmica e atua como um ‘exemplo’ para outras células”, diz Aguiar. “O fluxo contínuo significa que, ao invés de ter um processo em lotes, você tem uma LPT blade reparada por vez percorrendo todo o processo: inspeção, preparação para soldagem, soldagem, usinagem, acabamento, e finalmente enviar a peça de volta para a montagem do motor”, o que permite a equipe melhorar a produtividade do trabalho e equilibrar o uso dos recursos da companhia. “É um conceito clássico do Lean que nos ajuda a entregar aquilo que precisamos em termos de qualidade, quantidade e prazo, sem desperdícios ou produção excessiva”. 

 

3 men in neon vests working on a piece of machinery
Uma equipe de kaizen implementa algumas das mudanças que levaram a uma grande melhora no prazo de entrega na oficina.

 

O FLIGHT DECK também ajudou o time a definir novos padrões de gestão visual para cada linha da operação. “Por exemplo, temos três slots antes de induzir um motor na oficina, então se vemos quatro motores, sabemos que não é “normal””, diz Aguiar. “E com essa visibilidade, podemos encontrar e consertar irregularidades muito mais rapidamente. Visualmente sabemos se temos os materiais necessárias, o ferramental e demais insumos disponíveis na linha de montagem, sem falta ou excesso. Isso acontece desde o chão de fábrica até nas áreas de suporte”. 

 

Investir tempo e esforço compensa

Na fan cell do CFM56, os líderes aplicaram os fundamentos do FLIGHT DECK para identificar restrições usando Mapeamento do Fluxo de Valor (value stream mapping – VSM, na sigla em inglês) para alavancando os resultados da célula e da linha de motores como um todo. “Foi uma jornada de 18 meses a partir do primeiro VSM, com vários eventos e sendo os últimos seis meses a sustentação dos resultados”, explica Aguiar.

Apesar da Celma estar aplicando os princípios Lean em toda a planta desde 2015, a empresa continua numa jornada de aprendizado constante, o que vem gerando maiores dividendos e o FLIGHT DECK segue correndo nas veias de toda a oficina. A melhora no TAT da LPT blade foi possível após décadas de evolução guiada pelo Lean na vida cotidiana da empresa. Isso significa fazer eventos Kaizen constantemente, estar no genba (na linguagem Lean, ir aonde o trabalho acontece) e também, em parceria com a Shingijutsu para realizar eventos Kaizen mais estratégicos, com foco mais rigoroso e atencioso na melhoria de processos, o que vem ajudando os líderes da companhia a se desenvolverem, fortalecerem o trabalho em equipe e alavancar resultados.

 

Group of people in blue polos posing outside with an old plane model above their heads
As pessoas – ou nas palavras de Max Aguiar, “o segredo” da Celma, que trouxeram para a oficina os Fundamentos do FLIGHT DECK.

 

O elemento principal em todos os Fundamentos do FLIGHT DECK o que Aguiar chama de “o segredo” do modelo operacional: as pessoas. “São as pessoas que estamos treinando e como elas estão sempre buscando oportunidades de melhoria”. 

“É realmente uma transformação cultural”, afirma Júlio Talon, presidente da GE Celma. “Nossos funcionários entendem que eles têm oportunidades de melhorar todos os dias. Eu os vejo nas oficinas e o grau de envolvimento deles é muito alto. Eles entendem o quão, em até mesmo as pequenas etapas do processo são importantes para o resultado geral. E isso faz com que eles se sintam mais empoderados, especialmente quando escutam de nosso CEO o quanto o FLIGHT DECK tem sido importante para a companhia”. 

“É sempre bom ir ao genba e estar com as pessoas”, afirma Aguiar. “Saber que eles se orgulham do trabalho que estão fazendo. Ver pessoas de uma área se inspirarem pelos Kaizens de outra célula e também se motivarem a buscar maneiras de melhorar. A ativação do FLIGHT DECK está dando uma nova energia para toda a empresa. E neste momento, é difícil parar”. 

 

*Os motores CFM56 e LEAP são fabricados pela CFM International, joint venture 50-50 entre a GE Aerospace e a Safran Aircraft Engines. 

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